O lirismo de Bill Evans

O jazz meditativo e sentimental de um "impressionista" da música

Bill Evans trouxe a sensibilidade introvertida da música erudita para o jazz. Seu amplo conhecimento de harmonia também colaborou para ele ter composto verdadeiras obras de arte, inspiradas em amores conturbados, relações familiares e dramas pessoais. Com um senso profundo de musicalidade, Bill Evans também foi fundamental à carreira de Miles Davis, de quem ganhou o reconhecimento no final dos anos 1950.

1. “Love Theme from Spartacus” – Conversations with Myself (1963): Versão espetacular, com três pianos em overdubbing.

2. “Hi Lili, Hi Lo (For Ellaine)” – Intuition (1975): Com Eddie Gomez. Canção do musical Lili (1953), regravada com dedicatória a EllaineSchultz. Embora não tenha sido escrita originalmente por Evans, ele escolheu tocar esta música e dedicá-la a Ellaine em seu álbum Intuition, adicionando o subtítulo "For Ellaine".

3. “There You Came”(também conhecida como Then Came You) – (gravada em 1962, lançada anos depois): Com Zoot Sims, Jim Hall, Ron Carter e Philly Joe Jones.

4. “B Minor Waltz (For Ellaine)” – You Must Believe in Spring (1981, póstumo): Canção composta em 1977, só lançada após a morte de Evans. Esta peça foi composta em memória de Ellaine Schultz, e é conhecida por sua melodia melancólica e introspectiva.

5. “Blue in Green” – Originalmente gravada no álbum Kind of Blue (1959), de Miles Davis, esta composição emblemática co-escrita com Evans expressa o lirismo que o marcou. Aqui Evans interpreta este tema com Scott LaFaro e Paul Motian.

6. “Nardis” – Há diversas versões ao vivo nos anos 1960. É uma das peças mais associadas a Evans, embora tenha sido composta por Miles Davis. Retrata seu lirismo introspectivo nos trios, principalmente com Eddie Gomez (baixo) e Marty Morell (bateria).

7. “Laurie” – We Will Meet Again (1979): Composição dedicada à Laurie Verchomin, sua última companheira, com quem Bill viveu os últimos anos de vida. Laurie cuidou de Evans até sua morte e foi uma figura importante emocionalmente nesse período.

8. "Since We Met" – Since We Met (1976, ao vivo no Village Vanguard): Talvez dedicada a Nenette Zazzara, esposa de Evans na época - no entanto, não é possível precisar. A música tem um lirismo esperançoso, delicado, com a sensibilidade romântica que Evans sabia transmitir com maestria – e com menos melancolia.

9. "The Two Lonely People" – The Bill Evans Album (1971): Uma balada doce, escrita por Bill Evans com letra de Carol Hall. Apesar de muitas versões instrumentais (inclusive com orquestra), a música nasceu com palavras, que falam de um casal unido pela solidão, que se ama mas se encontra à deriva, cada um preso em seus próprios silêncios.

10. "Peace Piece" – Everybody Digs Bill Evans (1959): Umas das composições mais reverenciadas de Evans. Soa como um improviso solitário sem tempo definido – meditação ou estado de espírito?

11. “Waltz for Debby” – New Jazz Conceptions (1956): Composta para sua sobrinha, Debby Evans, filha de seu irmão Harry. Bill tinha uma relação próxima com a família do irmão, e Debby era ainda criança quando ele compôs este “retrato sonoro”, com leveza e doçura.